têm o corpo feliz de ser tão seu e tão denso em plena liberdade.
Lançam os braços pela praia fora e a brancura dos pulsos penetra nas espumas.
Passam aves de asas agudas e a curva dos seus olhos
prolonga o interminável rastro no céu branco.
Com a boca colada ao horizonte aspiram longamente
a virgindade de um mundo que nasceu.
O extremo dos seus dedos toca o cimo de delícia
e vertigem onde o ar acaba e começa.
E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de ser tão verde.
Sophia de Mello Breyner Andresen
in 'Poemas escolhidos' 2004
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