quinta-feira, 29 de maio de 2014

AS PAREDES SÃO BRANCAS...



[...]
As paredes são brancas e suam de terror
A sombra devagar suga o meu sangue
Tudo é como eu fechado e interior
Não sei por onde o vento possa entrar

Toda esta verdura é um segredo
Um murmúrio em voz baixa para os mortos
A lamentação úmida da terra
Numa sombra sem dias e sem noites.


Sophia de Mello Breyner Andresen
In ‘No tempo dividido’ (1954)

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