quinta-feira, 26 de setembro de 2013

QUADRO



Indeciso ressurge do poente
Aureolado de espanto e de desastres
Em busca do seu corpo dividido

Todas as sombras se erguem das esquinas
E o seguem devagar nas ruas verdes
São como cães no rastro dos seus passos

Aberta a porta o quarto grave surge
E os espaços oscilam nas janelas.


Sophia de Mello Breyner Andresen
in 'No tempo dividido' (1954)

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