quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A ANÉMONA DOS DIAS



Aquele que profanou o mar
E que traiu o arco azul do tempo
Falou da sua vitória

Disse que tinha ultrapassado a lei
Falou da sua liberdade
Falou de si próprio como de um Messias

Porém eu vi no chão suja e calcada
A transparente anêmona dos dias.


Sophia de Mello Breyner Andresen
in Mar Novo - I e II - (1958)

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